Uma Aventura

E outras coleções

Uma Aventura na Quinta das Lágrimas

Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

Arlindo Fagundes

Editorial Caminho
Coleção , nº41
234 pp
sob consulta

Resumo/Apresentação

Esta empolgante aventura desenrola-se na Quinta das Lágrimas. A quinta existe na realidade e fica em Coimbra, perto do rio Mondego. Tem um jardim misterioso e uma fonte muito especial porque nas pedras do fundo há uma mancha vermelha que nada nem ninguém conseguiu apagar. É a marca de um crime antigo e terrível. Quem sabe deste caso não resiste a ir até lá dar uma espreitadela. Foi o que aconteceu às gémeas, ao Pedro, ao Chico e ao João. Tinham participado num encontro desportivo organizado na zona. À despedida reuniram-se com as outras equipas conversando e petiscando à roda da fogueira, ouviram um dos monitores contar a história da mancha vermelha, e resolveram que logo no dia seguinte iriam à quinta ver a tal fonte levando os companheiros Faial e Caracol. Pensavam que seria apenas um passeio divertido mas assim que transpuseram os portões sentiram uma impressão estranha. E mal se debruçaram sobre as águas, começaram os acontecimentos extraordinários. Pouco depois envolviam-se na mais inesperada das aventuras.

 

ISBN/ 9789722112826

Excerto do Livro

«Pedro e Chico desceram as escadas pé ante pé, com imenso cuidado para não fazerem barulho. Não encontraram ninguém mas ouviram música ao longe, zoeira de conversas e risos, tilintar de copos, pratos e talheres, o estalido das rolhas que anunciam champanhe.     

— Há festa rija na sala de jantar.     

— E cheira a bolos. Bolos de creme.     

Querendo isolar os sabores. Chico franziu as narinas e enumerou:     

— Baunilha, tangerina, caramelo, e... e...     

— E figos queimados. O marajá deve achar formidável comer numa sala fechada a respirar aromas do campo.     

— Ou então é para o fumo lhe fazer cócegas na língua e abrir o apetite!     

Convencidos de que o banquete mantinha toda a gente afastada das traseiras, abriram a porta na maior descontração e desceram a escada a correr. Logo que puseram os pés no jardim chocaram com o criado particular do marajá que tinham visto na sala de entrada às voltas com a taça de metal onde ardiam pauzinhos amarelos. Hirto como uma estátua, segurava na palma da mão direita uma enorme pedra vermelha de forma oval e saudou-os com sorriso de gato siamês. O que disse fê-los pensar que falava por enigmas:      

— Sangue de tigre precisa de lua.     

Olharam-no atónitos, e ele e à pedra, que exposta ao luar soltava reflexos cor de fogo.     

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— Kamil — murmurou o rapaz.     

Ergueram então as sobrancelhas numa interrogação muda. Estaria a confundi-los com alguém? Estaria à espera que lhe respondessem usando a "contrafrase" de um código secreto? Mas afinal as explicações eram bem mais simples.     

— Chamo-me Kamil — declarou sempre com o mesmo sorriso de gato — trabalho para o marajá e só faço serviços especiais.     

Estendeu a palma da mão de modo a colocar-lhes a pedra vermelha bem perto da cara e informou com orgulho:     

— Sou eu quem guarda as pedras preciosas e lhes dá tratamento.     

— Tratamento? — perguntaram ambos em coro.     

— Sim. Cada pedra preciosa contém a sua força natural, mas é preciso renová-la, senão perde-se.     

O diálogo inesperado prendia-os. E o facto de o desconhecido aceitar com naturalidade a presença deles afastou o nervosismo. Se pensava que faziam parte do pessoal do hotel, podiam satisfazer a curiosidade e depois sair calmamente.     

— Isso é um rubi? — perguntou o Pedro.     

— É, sim — disse Kamil — o mais famoso do mundo. Pertence à família do marajá desde a noite dos tempos.»


(in Uma Aventura na Quinta das Lágrimas, pp. 54-55)