Uma Aventura nos Açores
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Arlindo Fagundes
Editorial Caminho
Coleção , nº31
304 pp
sob consulta
Resumo/Apresentação
Segundo a tradição, as ilhas dos Açores são os picos das montanhas de um continente chamado Atlântida que se afundou por causa de um pavoroso terramoto acompanhado de um maremoto. Há quem diga que no fundo das lagoas e no interior das furnas, onde as águas borbulham e de onde saem jactos de vapor com cheiro a enxofre, se encontram vestígios dessa fantástica e riquíssima civilização que possuía um metal mais valioso do que o ouro e a platina, o oricalco. É nesse cenário fabuloso que as gémeas, o Pedro, o Chico e o João vão viver mais uma das suas emocionantes aventuras.
Vê aqui as fotografias que as autoras tiraram durante a pesquisa para esta Aventura!
ISBN/ 9789722108041
Excerto do Livro
«— Nós pertencemos a uma associação que se dedica ao estudo de civilizações desaparecidas. Por isso é que estamos aqui. Viemos procurar vestígios da Atlântida.
— Vocês com certeza já ouviram contar que as ilhas dos Açores são o que resta de um antigo continente que havia a meio do oceano. Afundou-se por causa de um grande tremor de terra e só ficaram de fora os cumes das montanhas. São as ilhas.
Pedro conhecia a história, mas tomara-a por lenda.
— Lenda? Todas as lendas têm um fundo de verdade. E neste caso até há documentos escritos. As informações mais antigas a respeito dos atlantes têm vinte e cinco séculos e foram dadas a um filósofo grego chamado Platão, que ficou famoso por ser muito inteligente e sabedor.
— Você falou em atlantes? Então quer dizer que essa terra era habitada? — perguntou a Luísa, de olhos arregalados.
— Habitadíssima. Os atlantes eram um povo rico e civilizado. Tinham cidades magníficas com templos, palácios, torres, jardins e ginásios. Diz-se que recobriam as muralhas e as estátuas de ouro puro e que fabricavam as jóias com um metal ainda mais precioso que só eles possuíam, o oricalco.
— E desapareceu tudo com um tremor de terra? Morreram todos?
— Quanto a isso, há várias teorias. Há quem diga que se adaptaram à vida no fundo do mar, o que é pouco provável. Há quem garanta que morreram afogados e que os poucos vestígios da sua existência se encontram nas lagoas açorianas. Também há uma versão que inclui sobreviventes. Esses teriam conseguido escapar de barco. Navegando à deriva, espalharam-se pelo mundo e em toda a parte deixaram descendência.
— E sabe-se quem são? Tinham algum traço físico especial?
— Ainda que tivessem, já teria desaparecido com séculos e séculos de casamentos. No entanto, segundo consta, há uma coisa que se mantém.
— O quê?
— Um desejo imenso de voltar...
— Que giro, Mário! Conte mais coisas.
Ele riu-se.
— Agora não dá tempo porque estamos a chegar ao nosso destino.
— Mas podes dizer-lhes dos nomes — sugeriu a Sara.
— Diz tudo. A descoberta pertence-te.
— Não é nada de extraordinário — explicou. — Encontrei um livro onde estava escrito que na Atlântida os nomes próprios acabavam todos em "rin".
— Ah! Por isso é que vocês se chamam um ao outro Marin e Sarin.»
(in Uma Aventura nos Açores, pp. 62-63)