Uma Aventura no Algarve
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Arlindo Fagundes
Editorial Caminho
Coleção , nº12
160 pp
sob consulta
Resumo/Apresentação
A maior parte das pessoas quando pensa em Algarve pensa em dias regalados em praias de areia fina e belos banhos no mar morno. Foi para gozar essas delícias que o grupo se instalou na Pensão Mar Azul. Mas afinal, que trapalhada!
Uma velha actriz americana, uma piscina de luxo cheia de piranhas e caranguejos, um jardineiro que fazia versos ao luar, chineses em acção... que férias!
(ISBN) 9789722100113
Excerto do Livro
«"Tchoc... Tic..." Uns estalidos fora da porta fizeram-na sentar-se na cama.
— Que será isto? Ratos?
Apurou o ouvido. As tábuas do chão rangiam muito ao de leve.
— Parecem passos... Serão ladrões?
Com um arrepio de medo e o coração a bater descompassado levantou-se e, em bicos de pés, foi tentar espreitar pela frincha da porta. Colocou a mão na maçaneta, segurando-a com força para a fazer rodar sem barulho.
"Nháác... Tac..." Mal oleada, a maçaneta chiou e deu um estalo fortíssimo.
— Bolas! Isto ouviu-se na casa toda...
No patamar fez-se silêncio.
"O melhor é gritar", pensou. "Se são ladrões, preciso de ajuda! Vou gritar!"
A Luísa abriu e fechou a boca várias vezes, sem conseguir emitir um único som.
"Estou paralisada de medo! Tenho de reagir!"
A sorte foi uma restolhada em tropel pela escada abaixo. Sem reflectir, abriu a porta com um repelão e gritou finalmente:
— Quem está aí?!...
"Pás! Pás! Tim... Terlim... Tim..." Alguém dera um pontapé violento nas portas de batente, ao fundo da escada, estilhaçando os vidros em mil bocados.
— Socorro! Ladrões!
A Luísa, a tremer dos pés à cabeça, acendeu a luz do corredor. Uma a uma, foram-se abrindo as portas dos quartos, assomando gente estremunhada.
— O que foi?
— É um tremor de terra!
— Help! — gritava uma inglesa velha.
— Acudam!
Do andar de cima surgiu a tia, em roupão, e os três rapazes com os cães.
— Soltem-lhe o Faial! Soltem-no!
O Faial, assim que se sentiu liberto, disparou porta a fora a ladrar furiosamente. Em magote, os hóspedes da pensão foram atrás dele saindo para a rua... Mas não encontraram nada. Ouviram apenas ao longe o ruído de uma moto a afastar-se.
— Seriam ladrões? — perguntou um senhor careca.»
(in Uma Aventura no Algarve, pp. 52-53)