Uma Aventura

E outras coleções

Uma Aventura no Ribatejo

Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

Arlindo Fagundes

Editorial Caminho
Coleção , nº9
304 pp
sob consulta

Resumo/Apresentação

Ainda haverá cavalos selvagens em Portugal? E touros bravos? As gémeas, o Pedro, o Chico e o João, no caminho para umas curtas férias de Inverno no Ribatejo, não falaram de outra coisa! — Esta planície calha mesmo bem para uma boa cavalgada! — E a galope desenfreado... Os primeiros cavalos que avistaram corriam entre a margem e uma ilhota do rio Tejo, espalhando em redor nuvens de água luminosas. Aproximaram-se tão entusiasmados que o Faial nem ladrou! Mas o que descobriram deixou-os assombrados... Estariam a ver bem?

 

ISBN/ 9789722100083

Excerto do Livro

«— Ir lá. Entrar no escritório.      

— Hã?     

A ideia era aliciante. Mas perigosa também. Haveria alguém de vigia à casa? E se o Roberto voltava?     

— Temos de tentar. Não há aqui ninguém, portanto, se não descobrirmos nada, vamos embora e pronto.      

— E como é que entramos?     

— Logo se vê.      

Percorreram o caminho de volta, já com a sensação arrepiante de que se iam meter noutra aventura. O João agarrava com força a coleira do Faial. E o Pedro segurava o Caracol. Era importante que os cães não ladrassem.      

Cada um deles puxava pela cabeça à procura da solução ideal para entrar numa casa fechada à chave. Com um sorriso, o Chico recordou a história dos três porquinhos e do lobo mau a entrar pela chaminé... O pior era que os escritórios não costumavam ter chaminé!     

Ao fundo do pátio, rodeado de sebes, lá estava o tal escritório. Tinha uma porta vulgar, diante da qual ficaram alguns segundos, embasbacados.      

— Então, não entramos? — perguntou o João.      

— Como?     

— Muito simples. Quando não se pode entrar pela porta, entra-se pela janela.      

— A janela! Claro!     

— Mas também está fechada! — disse o Pedro.      

— Parte-se o vidro! Nada mais fácil!     

Pelos vistos, na cabeça do João o plano estava delineado.      

— E se tem portadas de madeira por dentro?     

— Nesse caso, nada feito.      

O João, com a sua agilidade muito própria, subiu para os ombros do Chico e colou o nariz à vidraça.      

— Não há portadas. Talvez por a janela ser tão alta. Vou abri-la. Dá cá uma pedra bicuda.      

"Tlinc... Tlinc..."     

Os vidros partidos com pancadinhas certeiras começaram a cair para o lado de dentro.      

O João enfiou a mão pelo buraco, abriu o fecho, elevou-se no ar e desapareceu.      

Não era a primeira vez que isto acontecia, mas era sempre emocionante! Ouviram-no aos tropeções na sala, depois a tentar, em vão abrir a porta.      

— João! João! — chamou o Pedro em surdina.      

Uma vozita abafada respondeu de lá de dentro:      

— Está tudo fechado à chave. Arranjem-se para entrar também pela janela.      

As raparigas não precisaram de ouvir a mesma coisa duas vezes. Treparam logo pelo Chico e juntaram-se sem dificuldade ao João.»


(in Uma Aventura no Ribatejo, pp. 80-81)