Uma Aventura na Televisão
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Arlindo Fagundes
Editorial Caminho
Coleção , nº39
304 pp
sob consulta
Resumo/Apresentação
As gémeas resolveram candidatar-se a um concurso de televisão. Escolheram uma cantiga giríssima, ensaiaram com a ajuda dos amigos, mas no dia da pré-selecção estavam supernervosas. Os rapazes acompanharam-nas para fazerem claque. E a experiência foi uma autêntica vertigem! Pedro apaixonou-se por uma jornalista, a repórter X. João apaixonou-se por outra concorrente. Chico começou logo a desvendar mistérios. Afinal o grupo inteiro envolveu-se numa aventura alucinante, correndo perigo de vida!
ISBN/ 9789722111775
Excerto do Livro
«O sucesso fora coletivo, mas havia um centro das atenções: as gémeas, por serem meninas, por serem bonitas, por serem loiras, por terem um cãozinho e sobretudo por serem duas pessoas iguais! Durante vários dias o telefone não parou de tocar e choviam convites para entrevistas na televisão, na rádio, nas revistas. Na rua as pessoas paravam-nas para fazerem perguntas, falarem com elas, tirar fotografias e até pedir autógrafos! Tanto a mãe como o pai lhes deram o maior apoio, mas já estavam a ficar exaustos de tanta celebridade e começaram a deitar contas à vida para irem passar o resto das férias em Espanha, onde ninguém conhecia as filhas.
Ambas aceitaram a proposta numa condição: só partiam depois do concurso. Caminho das Estrelas, pois tinham sido selecionadas. Condição aceite.
O espetáculo seria gravado ao vivo no Coliseu e transmitido em direto!
Toda a gente envolvida na história quis ir ver, polícias incluídos. Os bilhetes esgotaram-se no próprio dia em que foram postos à venda.
Os concorrentes tiveram de se apresentar várias horas antes para se ambientarem e não só. Era preciso treinar tudo, desde a entrada à saída do palco. As equipas técnicas tinham que fazer experiências de som e de captação de imagem e eles tinham que se vestir, pintar, arranjar para estarem prontos quando chegasse o momento de se exibirem perante o público e perante o júri. Foi nessas andanças de bastidores que as gémeas conheceram o outro lado da fama. As pessoas sorriam-lhes, falavam com elas, elogiavam-nas, mas nem todas eram sinceras. Havia excesso de olhares em viés e comentários maldosos do tipo: "Estas já ganharam...", "No Caminho das Estrelas andam elas há quinze dias...", "Mesmo que cantem mal, ganham com certeza... "Sentiam, portanto, a má vontade e mesmo a inveja por parte dos outros concorrentes e das suas famílias. O mesmo se passaria certamente com as claques!
Enervadíssimas com a perspectiva de poderem ter que enfrentar um ambiente hostil, subiram ao palco bastante inseguras e esquecidas de que também tinham a sua claque. Mas os amigos lá estavam nas primeiras filas, a bater palmas, a agitar um cartaz com o nome delas, a assobiarem para aplaudirem de todas as maneiras possíveis e imaginárias. E correu tudo bem. Cantaram, dançaram, deliraram!
No fim do espetáculo houve uma pequena pausa para o júri atribuir os prémios. A organização resolvera montar um pódio, pois queria que os artistas pudessem saborear a vitória à maneira dos campeões olímpicos.»
(in Uma Aventura na Televisão, pp. 176-177)