Uma Aventura na Biblioteca
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Arlindo Fagundes
Editorial Caminho
Coleção , nº36
184 pp
sob consulta
Resumo/Apresentação
A biblioteca funciona num antigo palacete recheado de mistérios. A bibliotecária é ruiva e linda de morrer. Tem um irmão igualmente ruivo e tão giro como ela. No jardim do palacete vive uma velhota que garante haver maldições pairando sobre aquele lugar. Mas o que paira mesmo são mensagens, bilhetes com códigos secretos que alguém enfia entre páginas de livros escolhidos. Para clarificar tanta confusão, o grupo cai nas mãos de uma perigosíssima bandida que tem a alcunha de Rapa-Tachos e dos seus filhos Açorda e Esparguete.
(ISBN) 9789722110341
Excerto do Livro
«Pedro saltou logo do sofá num impulso de entusiasmo. — Então é isso que procuram. Não pode haver outra explicação. — Mas é um livro de poesia normalíssimo. Não tem nada de especial. — Talvez não tenha para nós mas tenha para eles. Passeava de um lado para o outro, sempre a fitar a biqueira dos próprios sapatos. De vez em quando aconchegava os óculos ao nariz e depois retomava o assunto. — Ninguém se comporta como se esse tipo gorducho se comportou só porque lhe apetece ler uns poemas à tardinha. Ele precisa da obra com urgência e só saberemos porquê quando a encontrarmos. Onde raio estarão Os Poetas Malditos. — Estão em minha casa — declarou o João para assombro geral. — Em tua casa? — Porque é que levaste o livro para casa? — Foi sem querer. Eu estava com fome e despejei a mochila em cima da mesa para encontrar dois chocolates que lá tinha. Quando arrumei tudo outra vez, devo ter enfiado o livro entre as minhas coisas sem dar por isso. — Então vamos buscá-lo imediatamente. Só Matilde não os acompanhou. Sentia-se abalada, queria repor as coisas no seu lugar e não acreditava muito que um simples livro de poesia justificasse dois assaltos idiotas. Não disse nada para não os desiludir e até incentivou o irmão a ir com os amigos. Precisava de ficar sózinha, em silêncio. E também queria telefonar ao Samuel, mas sem testemunhas. Aquele romance estava muito no princípio e não lhe apetecia ouvir gracinhas do Gustavo...
Entretanto o grupo já lá ia a grande velocidade. Não falavam uns com os outros para não perderem tempo mas congeminavam cada um consigo próprio. Que raio de mistério fabuloso poderia estar escondido num livro de poesia? Uma dedicatória embaraçosa? Notas à margem escritas em tinta invisível? Ou existiria uma relação entre o título e as histórias do palacete? Poetas Malditos teria alguma coisa a ver com a maldição do velho Rompedias?»
(in Uma Aventura na Biblioteca, pp. 54-55)