Uma Viagem ao Tempo dos Castelos
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Arlindo Fagundes
Editorial Caminho
Coleção , nº1
144 pp
sob consulta
Resumo/Apresentação
Ana e João são irmãos mas muito diferentes. Ela é uma rapariga ajuizada e sensata, ele bastante disparatado e impulsivo. Apesar disso entendem-se às mil maravilhas. Nas férias foram passar uns dias à quinta de uma tia na serra do Marão. Tanto na quinta como na aldeia as pessoas andavam alvoraçadas por causa de um homem com fama de bruxo que se instalara no castelo.
Em vez de ficarem com medo, decidiram ir dar uma espreitadela e a surpresa não podia ter sido maior: o velho era cientista, chamava-se Orlando e pertencia à AIVET, a fabulosa Associação Internacional de Viagens no Espaço e no Tempo. Tinha uma máquina nas caves e convidou-os para darem um mergulho ao tempo dos castelos. Eles aceitaram sem saber o que os esperava. Poucos segundos depois já cavalgavam em florestas infestadas de lobos acompanhando uma caçada ao javali. Mas a viagem reserva-lhes muitos outros momentos de perigo e emoção e um encontro inesquecível com o jovem Afonso Henriques em vésperas de se tornar o primeiro rei de Portugal.
ISBN: 9789722100236
Excerto do Livro
«Mas os cavaleiros já lá vinham, agora muito perto. O diálogo foi interrompido, e, após um segundo de hesitação, correram todos ao encontro dos mensageiros. A Ana sentiu-se arrastada no meio deles. Atordoada, deu consigo à beira do caminho, de olhos fixos no horizonte.
Os cavaleiros aproximavam-se num galope desenfreado.
Ninguém dizia nada, envolvidos todos na mesma espera ansiosa. Aquilo era contagiante!
O corpo inclinado, de cabelos ao vento, D. Lourenço cavalgava na frente dos outros, a uma tal velocidade que quase parecia não tocar o chão.
Os aldeões abriram alas para o deixar passar. Mas não foi preciso. Retesando as pernas com força, D. Lourenço puxou as rédeas e deu um grito:
— Ôôô!
O cavalo estacou mesmo ali.
A Ana viu-o bem de frente. Trazia uma madeixa húmida de suor caída para a testa. Os seus grandes olhos negros estavam iluminados por uma alegria infinita. O corpo rijo, másculo, muito direito em cima do cavalo, era belo. Ana fechou os olhos com uma sensação desconhecida, nova, inquietante, que a agitava da cabeça aos pés.
— O Espadeiro! — Balbuciou maravilhada.
Levou as mãos ao peito onde milhares de pássaros batiam asas tão forte lhe pulsava o coração.
— Afonso Henriques é vitorioso! Sua mãe foi derrotada! — gritou D. Lourenço.»
(in Uma Viagem ao Tempo dos Castelos, pp. 76-78)