Um Cheirinho de Canela
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Arlindo Fagundes
Editorial Caminho
Coleção , nº6
304 pp
sob consulta
Resumo/Apresentação
O cientista Orlando mais os seus amigos Ana e João partem na máquina do tempo sem saber ao certo para onde vão. Afinal aterram numa cave recheada de riquezas e descobrem, horrorizados, ser a Casa da Índia, local interdito a estranhos. Tentam fugir; Ana é apanhada pelos guardas do rei e atirada para uma prisão infecta. Ali conhece a bruxa Guiomar. Entretanto Orlando e João escondem-se na hospedaria de Narigudo e tornam-se amigos de um estranho indivíduo chamado Mafaldo, que tem mais medo do mar do que da forca, mas se revela muito corajoso, pois oferece-lhes ajuda para libertar a Ana. Conseguirá?
(ISBN) 9789722103343
Excerto do Livro
«— Arranja-te, Mafaldo, que tens um barco à tua espera! Quando a porta bateu, o pobre Mafaldo largou a chorar, deixando os outros dois estupefactos. — Eu mato-a! Eu mato-a! Um dia mato esta bruxa! Nem o Orlando nem o João ousaram perguntar nada. Mas ele, assim que recuperou o autodomínio, limpou as lágrimas com as costas da mão e começou a explicar: — Não julguem que sou cobarde... — Nós sabemos — disse o Orlando. — Ontem, quando houve aquela sarrafusca no largo, estávamos a ver. — Estavam? — Perguntou ele radiante. — Viram como eu lutei? À minha conta devo ter mandado quinze ou vinte para o Hospital de Todos os Santos! O pior é que apareceram mais guardas, e se calhar a esta hora um deles está no cemitério. O João ardia em curiosidade por saber o motivo que levava um homenzarrão como aquele a chorar feito criancinha quando alguém lhe falava do mar e dos barcos. E já dava voltas à cabeça, à procura da melhor maneira de abordar o assunto, quando ele próprio o retomou: — Não tenho medo de nada, senão do mar. — Porquê? — Oh! Isso é uma longa história. Mas eu conto em poucas palavras. — respirou fundo como para tomar coragem, e prosseguiu: — Quando eu era pequeno, tão pequeno que ainda mal falava, fui de barco com os meus pais...»
(in Um Cheirinho de Canela, pp. 48-50)